quarta-feira, 15 de julho de 2009

Férias

Aguardei por estas férias com uma ansiedade contida. Elas vieram e passaram tão depressa que quase não acredito que já acabaram. Foram as férias em que menos li, em que poucas vezes caminhei ao longo da praia mas não me aborreci por isso, em que consegui dormitar na areia e acordar bem disposta, em que joguei ás cartas, à bola e gostei muito.
Fizemos praia, piscina mas também passeámos e descansámos. Vimos um desfile de moda em Silves e acabámos com uma princesa a dormir ao colo. Comemos bolas de Berlim na praia e provei finalmente os doces Algarvios.

Mas mais importante do que tudo isso estive 8 dias, 24 h sobre 24 h, ao lado das duas pessoas mais importantes da minha vida. Por elas, com elas, tive as melhores férias de sempre. Obrigado meus amores!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Orgulho em ser tua mãe!

É isso que eu sinto meu amor. Quando eras bem pequena e tentava imaginar como serias com 8 anos sentia um frio na barriga, como sinto agora quando te tento imaginar com 16. Sentia medo de não saber ser mãe de uma menina mais crescida. Mas assim como tu cresceste também eu cresci como mãe. Dia a dia vamos andando e aprendendo a ser mãe e filha. E hoje, quando olho para ti, vejo-te mais linda que nunca. Mais empenhada naquilo que gostas, mais sossegada quando é mesmo necessário, mais curiosa e inteligente. Quando a tua professora me mostra os teus trabalhos e te elogia eu sinto vontade de ir pela rua fora mostrar a todos o quanto é bom ter uma filha assim. Quando ela me diz, que apesar de mais madura e por isso mais concentrada, não perdeste essa tua espontaneidade para dar e receber miminhos eu entendo exactamente o que ela quer dizer. Porque tu és assim. Carinhosa, meiga. E eu sinto-me a mãe mais sortuda da face da terra. Porque te sinto feliz, porque te sei feliz!

terça-feira, 30 de junho de 2009

A coroa da Santa

Detesto quando ajo em função dos costumes e não daquilo em que acredito.
Eram 9 da noite quando tocam à campainha. Surgem duas senhoras da minha aldeia. Vinham, segundo me disseram, em nome de todas as mulheres lá da terra. Nessa altura comecei a lembrar-me das "mulheres de Bragança". Afinal não tinha nada a ver. Estavam a fazer um peditório para comprar uma coroa para a Nª Srª da Conceição uma santa da Igreja da aldeia.
- Coitada da Santa! Então ela não tem coroa? - Não consegui deixar de ser irónica, mas elas não fizeram caso. Lá continuaram a dizer que até já a tinham mandado fazer e era assim para o "carote".
E foi aqui que eu errei. Em vez de lhes dizer que na minha opinião quem tem de comprar esses acessórios é a Igreja e não o povo, em vez de dizer que a Santa deveria preferir que ajudassem alguém com o dinheiro da coroa, em vez de dizer que deviam guardar o dinheiro para as pessoas que realmente passam necessidades, em vez de aconselhar essas senhoras a gastarem o tempo a fazer algo mais útil para a comunidade, colaborei nesta acção. Doei pouco, mas mesmo assim arrependo-me de cada cêntimo gasto com isto. Perdi a oportunidade de mostrar o meu ponto de vista e talvez alterar a forma pequenina de pensar de algumas pessoas. Fiz aquilo que vi fazer toda a minha vida e não consegui cortar com isso. E apesar de ter feito aquilo que era esperado de mim, sinto-me mal. Porque detesto agir assim. Porque eu não quero ser assim!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Trabalho Infantil?

A Bia está de férias desde o dia 19. Se para ela é uma alegria para nós, pais, é uma preocupação a mais. Durante o período escolar a Bia frequenta o ATL até à hora em que saímos do trabalho. Contudo assim que começam as férias recusa-se a ir para lá. Justifica-se com a ausência de parte dos coleguinhas que durante as férias fica com os avós ou outros familiares. Além disso detesta almoçar lá pois obrigam-na a comer quase tudo e isso é o maior problema para ela. Assim optámos por deixar que ela fique em casa durante este mês pois não estará sozinha. Até ao final de Junho terá a avó lá em casa.

Resolvemos então fazer uma lista de tarefas para ajudar a passar o dia. O motivo principal é evitar que esteja o tempo todo a ver tv ou a jogar no pc. Assim algumas das tarefas são:

- Fazer as camas

- Arrumar o quarto

- Levantar a louça da mesa e varrer o chão da cozinha depois de almoço

- Fazer uma ficha do livro de actividades das férias proposto pela professora

- Praticar violino

Na verdade parte das tarefas têm ficado por fazer mas tenho insistido todos os dias. Parece-vos muito para uma menina com 8 anos? Penso que mal não lhe fará e ainda que os trabalhos não fiquem muito bem feitos serve para ela se ir habituando. Como diz a minha mãe: "O trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco".

terça-feira, 23 de junho de 2009

É tão bom ser criança outra vez!

Com a chegada dos dias quentes surge a vontade de ir até à praia ou de fazer piqueniques. Contudo este fim de semana ainda não foi possível e acabámos por passar o domingo em casa. Estendemos uma mantinha na relva, debaixo do limoeiro, onde a sombra era mais fresca, e aproveitámos para ler e descansar. Ou pelo menos tentámos. O energia inesgotável da Bia não nos deixou estar sossegados muito tempo. Depois de alguma insistência aceitei brincar com ela. E a brincadeira não podia ser mais divertida. Ela corria atrás de mim pelo jardim com a mangueira da água ligada, tentando acertar-me. Depois trocávamos. E o que nos rimos! Até a minha mãe, que entretanto nos chamava de doidas, ameaçava com pneumonias e lembrava o desperdício de água, não conseguiu deixar de sorrir quando tive que pedir tréguas à minha filhota pois ela molhava-me sem dó nem piedade. De seguida devíamos mudar de roupa, não era? Pois, mas como a diversão ainda não tinha acabado, decidimos secar baloiçando-nos. E eu descobri que andar de baloiço com a minha menina é mesmo muito bom!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Filhos criados

trabalhos dobrados. O ditado nunca me pareceu tão certo. É verdade que a Bia ainda é pequena mas à medida que vai crescendo vou apanhando mais sustos. O episódio do post anterior ficou resolvido e as crianças continuam amigas. Contudo valeu pela chamada de atenção.
O susto deste fim de semana foi um pouco maior. Na brincadeira com o primo a Bia sofreu uma queda. Já teve muitas, maiores, mas nunca com estas consequências. Caiu com a boca no chão, feriu o lábio e lascou os dois dentes incisivos frontais. Não foi muito e talvez nem seja necessário reconstruir mas apesar disso o susto foi enorme. E ela chorou tanto! Pela dor física e pelo facto de ter danificado os dentes. Os ralhetes do pai também não ajudaram muito e foi preciso que eu falasse com ela por diversas vezes para ela aceitar e compreender que não é assim tão grave. Acima de tudo não quero que ela tenha complexos ou traumas com o que aconteceu. Amanhã iremos ao dentista e espero que tudo se resolva rapidamente para esquecermos este assunto.
Quanto a mim, apesar de ainda não serem visíveis, devo ter ganho um par de cabelos brancos. E pelo andar das coisas muitos outros se seguirão!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Não sei se rio

ou choro. O facto é que ainda estou em choque.

Ontem ao final da tarde a Bia chamou um amiguinho, que é nosso vizinho, para vir brincar no nosso jardim. O D. é da idade da Bia e conhecem-se desde pequenos. Embora não frequentem a mesma escola estão muitas vezes juntos, pois temos amigos e familiares em comum. Ontem a brincadeira acabou cedo porque ele não soube aceitar um não.

Com apenas 8 anos a minha filhota já começa a despedaçar corações. Ele, com apenas 8 anos, não aceitou que ela já tenha o coração ocupado. Ele pediu-lhe namoro, ela disse que não.

Era tudo muito engraçado se tivesse ficado por aqui. No entanto, o doce de menino que ele parecia, transformou-se num chantagista. Do alto dos seus 8 anos informou-a que tinha até sábado para mudar de ideias. Ou aceita namorar com ele ou ele fala com uns amigos que tem e assaltam a casa dela. Pois é! E não são uns simples amigos, disse ele. São adultos e muito maus. E com isto foi-se embora.
Ela correu para dentro a contar-me. Assustada levou a ameaça a sério. Falei com ela e ajudei-a a ver que não passava de simples chantagem. Nem ele tem amigos adultos, nem eles fariam uma coisa dessas. Mais importante que isso tentei mostrar-lhe que nunca devemos ceder a essas ameaças e quem faz esse tipo de coisas não gosta realmente de nós. Depois de reflectir no que conversámos disse-me que achava melhor contar aos pais dele. A seguir pensou melhor e achou que o ideal seria contar eu. Com a decisão do que fazer tomada ficou descansada e parece-me que está bem.
Eu, que no inicio até me ri, fiquei preocupada. Começam cedo os problemas sentimentais da minha menina. Começam cedo as pressões, chantagens e tentativas de mudar a sua vontade. E que dizer deste menino? Devemos desdramatizar o assunto ou preocuparmo-nos com o futuro adulto que ele será? Devo chamar-lhe atenção ou falar mesmo com os pais? Devo deixar que sejam as crianças a resolver o assunto ou interferir?

O que lamento mais que tudo é que a amizade entre eles tenha acabado. É que a maneira como eu via o D. se tenha alterado. É que a maldade tenha lugar na mente de crianças tão pequenas. Estou a exagerar? Talvez, mas o sentimento de protecção em relação à minha filha é maior que tudo o resto.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Eu

Hoje queria ser livre. Livre de obrigações profissionais que me mantêm fechada neste espaço quando o sol chama por mim. Livre de obrigações familiares, de mãe, esposa, dona de casa, mulher.

Hoje queria ser um pássaro. Abria as janelas e voava. Elevava-me bem alto, batia as asas e só parava lá longe, à beira mar. O pensamento voaria livre. Esquecer-me-ia de quem sou. Do que esperam de mim. O ar do mar faria acordar todos os meus sentidos e eu ficaria assim, despida de pensamentos mas não de emoções. O tempo não existiria. Sem ele não teria pressa em regressar. As emoções controlariam o tempo e não o tempo as emoções.

Hoje, quando o sol partisse, o frio da noite iria acordar-me. E nessa altura lembrar-me-ia de quem sou. Voaria de regresso a casa e tudo faria sentido outra vez.

Hoje seria eu , seria tu, seria nós e mesmo assim seria livre.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Constatações de última hora


Março: nasce a Mi.

Abril: nasce a Li.

Maio: nasce a Ri.

Três meses, três meninas, três sobrinhas netas!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sonhos gramaticais

Acordo assustada. Uma luz entra pelo fresta da porta vinda do hall de entrada. Sento-me a tempo de a ver entrar no quarto. Dá a volta à cama até chegar ao meu lado.
- Tive um pesadelo, mamã!
Sabe que isso é a chave de acesso à cama dos pais. Aconchega-se entre os dois e diz:
- Esta cama é mesmo quentinha!
Adormeço de imediato. Deve ser muito cedo pois tenho muito, muito sono. Acordo com a sua voz:
- Mamã, um texto pode ter seis parágrafos e apenas cinco linhas?
Não consigo raciocinar e finjo que não ouvi.
- Mamã, eu sonhei que o texto da prova tinha seis parágrafos e cinco linhas, achas possível?
Tenho mesmo que responder caso contrário ela não se cala.
- Não Bia, não é possível.
Fico a pensar que ontem talvez tenhamos estudado demais. Até porque ela não teve dificuldade alguma a resolver as fichas que preparei para ela treinar para as provas de hoje. O despertador toca. O pai não está no quarto e ela encarregasse de o desligar. Continuo com sono e não me apetece levantar.
- Vou acordar o pai ao meu quarto!
Pois é! Parece que três na mesma cama foi demais para o papá e acabou por ir para a cama da filha. Ouço risos e luzes à minha volta. Tenho sono mas o dia chama por mim. Bom dia segunda-feira!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Histórias ao deitar


Ouves uma história ao deitar desde muito pequenina. A mãe e o pai começaram a ler-te todas as noites e agora ficas admirada quando algum dos teus amigos te diz que não ouve uma história antes de dormir. Tens uma colecção grande de livros mas não te importas de ouvir a mesma história várias vezes. Normalmente és tu que escolhes o que queres que te leiam mas quando recebes um livro novo a escolha fica automaticamente feita. Aos poucos tenho vindo a tentar ler-te livros maiores, com menos imagens e mais conteúdo. O livro do momento é "O Princepezinho" de Antoine Saint-Exupéry. E tem sido muito boa esta leitura. Lida pelo pai para mãe e filha. Estamos a gostar muito e as ilustrações fazem-te rir. Talvez ainda sejas muito pequena para entender todas as mensagens que o livro transmite, mas entendes á tua maneira, com a tua visão das coisas. Será um livro para guardar e voltar a ler daqui a mais algum tempo. Esta é uma história que nos ensina a ver para além do óbvio. Que nos ensina a interrogar, a querer saber sempre mais. A nós já nos cativou.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para quem acredita no amor!

Da minha janela


Sabes que gosto de te ver? Gosto de estar na janela e olhar-te. E ver a maneira como brincas sem saberes que estás a ser observada. O baloiço novo faz as tuas delicias. Parece que voas e deve ser isso que sentes, não é?

Agora tentas alcançar os ramos da cerejeira. Esticas-te, saltas, mas as cerejas acabam por escapar aos teus dedos. Sabes que não deves comê-las pois ainda estão verdes mas sempre servem para brincar.

Descobriste que já consegues andar muito bem de bicicleta mas isso não impede que caias. Não gosto de te ver chorar. Tens que ter mais cuidado, meu amor.
Ainda saltas á corda mas já sem o mesmo interesse de antes. Agora que já saltas para a frente e para trás, com os dois pés e apenas com um, a correr ou no mesmo sítio, a corda deixou de ser um desafio. Outros virão e eu estarei aqui a olhar-te da minha janela.

Sabes que gosto de te ver?

terça-feira, 12 de maio de 2009

As cinco coisas de que gosto


A Mariinha, que é uma querida, ofereceu-me este prémio. Com ele o desafio de enumerar cinco coisas de que gosto. Aqui vão elas:

- Gosto, adoro, amo o meu marido e a minha filha. São a minha riqueza e o meu porto seguro. A eles volto depois de um dia de trabalho para me dar. É deles que tiro as forças quando me sinto fraquejar. São o melhor de mim e o melhor da minha vida.

- Gosto muito da minha família. E como tenho uma família grande sinto-me sempre rodeada de pessoas que também gostam de mim.

- Gosto muito da minha casa. Construída como nós idealizamos, num local que me diz muito e onde eu sinto o amor sempre no ar. Pode ser fantasia minha mas sinto-me mesmo em paz na minha casa. É como se ali o mal não conseguisse entrar.

- Gosto muito de ler. Neste momento leio três livros: A Vontade de Regresso da Ana C. - quase, quase a acabar de ler. O Regresso de Victoria Hislop - ainda agora comecei mas parece-me muito interessante. O Equador de Miguel Sousa Tavares - porque a série de televisão me despertou novamente para este livro. Apesar de o ter lido uma vez a vontade de o reler foi mais forte.

- Gosto muito de manhãs de domingo na cama com os meus amores. De caricias e declarações de amor da minha menina. De me sentir mimada. De me sentir mais eu e gostar disso. Gosto dos dias em que gosto de mim.

Agora o desafio fica feito a quem passa por aqui. E assim, aos poucos, ficamos a conhecer-nos cada vez melhor.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Telemóveis – um mal/bem necessário

O telemóvel surgiu para facilitar o contacto entre as pessoas. Pelo menos é assim que o vejo. Poucos, ou nenhuns, de nós conseguem andar no dia-a-dia sem telemóvel. Quando por acaso isso acontece sentimo-nos vulneráveis, indefesos, pois a certeza de estarmos sempre contactáveis dá-nos algum tipo de segurança. No entanto tem-se vindo a assistir a uma dependência cada vez maior deste tipo de aparelho. Se no início ter telemóvel era um luxo, a partir de um dado momento, e em virtude da descida de preços que estes sofreram, estranho é não se ter telemóvel. Mesmo as pessoas mais velhas, que por norma eram mais avessas a este tipo de tecnologias, não passam agora sem eles. O normal não é ter telemóvel, mas sim, ter vários telemóveis, vários números, de várias redes. Chegamos ao ponto de haver quem esteja constantemente ao telemóvel. A falar, a mandar sms, toques, a jogar, a tirar fotos, e milhentas outras coisas que ainda não conheço. Não conseguem ter uma conversa mais de 5 minutos sem recorrerem ao dito. Não conseguem fazer uma refeição sem pegarem no aparelho. O cúmulo da situação é passarem a ceia de Natal a mandar mensagens e toques. É estarem no almoço de Páscoa em casa dos avós, numa mesa com grande parte da família e passarem o tempo todo agarrados ao telemóvel. O grave disto é que não falo de jovens a quem se deve chamar á atenção, mas sim de adultos, pessoas com formação e que deveriam conhecer as regras de boa educação. Porque é disto que se trata. Boa educação. Deixamos que um simples aparelho mude a forma como nos relacionamos com os outros.
Será isto um mal ou um bem necessário? Não deveríamos antes privilegiar o contacto físico, humano entre as pessoas? Esquecemo-nos que já vivemos sem eles, e não era tão mau assim, pois não?

terça-feira, 5 de maio de 2009

Este ano o dia da mãe

começou de forma diferente. A C e o JM ficaram a dormir lá em casa e de manhã foram todos para a minha cama. A Bia adora ter os primos lá em casa e eu adorei sentir-me mimada por mais 2 crianças. O JM mais contido nas manifestações de carinho sorria muito. A C imitava a Bia e dava beijinhos e abraços até sofucar! À semelhança do dia do Pai a Bia quis trazer-me o pequeno almoço á cama. O pai ajudou-a e a carinha dos primos era de surpresa com estas novidades. É nestas alturas que começo a pensar que poderiam ser todos meus filhos. A diferença de idades era compatível com isso. Seria uma pessoa diferente tendo mais filhos? Saberia lidar com as exigências que três crianças colocam? Ficam as questões a bailar na minha mente e as respostas a oscilarem á medida que os desafios vão surgindo.

O resto do dia trouxe um almoço em família e a visita à mãe e à sogra. Mais do que um dia da Mãe bem passado foi um fim de semana prolongado que me soube muito bem. Descansei, visitei os meus, organizei e realizei tarefas que vinham sendo adiadas e agora começo a semana bem mais relaxada. O mimo faz bem ao corpo e à alma!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Trabalho para que te quero


Acabei de atender um jovem que vinha á procura de trabalho. A empresa onde estava a laborar fechou. Entreguei-lhe uma ficha de inscrição e informei-o que quando surgisse alguma vaga seria contactado. Disse-me que precisava mesmo de trabalho pois tinha família, filhos. Enquanto preenchia a ficha foi contando que já tinha ido ao centro de emprego fazer a inscrição e pedir o subsídio. No entanto vinha muito desiludido pois foi informado que teria que fazer trabalho comunitário. Que aquilo era um absurdo pois além de tudo não iria receber nada além do subsídio pelo trabalho que efectuasse.

Não conheço as regras do centro de emprego. Não sei que tipo de trabalho comunitário eles fazem, mas parece-me adequado arranjar alguma ocupação para as pessoas enquanto não encontram trabalho. A procura de um emprego pode ser um trabalho a tempo inteiro, é por certo uma tarefa desgastante, mas também sabemos que muitas pessoas habituadas a receber subsídios nada fazem no sentido de encontrar um trabalho. Há cerca de 6 meses tivemos uma vaga na fábrica. Pedimos ao centro de emprego, mas não surgiu ninguém. Acabámos por colocar um cartaz “admite-se pessoal” na janela. Passados uns dias aparece um senhor de meia-idade, retira uma folha do bolso, desdobra-a e diz: - Gostava de saber se me podiam por o carimbo para o centro de emprego? É que eles agora dizem que é obrigatório… – Apesar da placa ele não perguntou que tipo de pessoa precisávamos, que tipo de tarefa teria que realizar, porque simplesmente ele não queria trabalho. Queria apenas o carimbo e o consequente subsidio.
Enquanto existir este tipo de pessoas subsidio dependentes, a quem o valor pago pelas instituições publicas basta, que não valorizam o trabalho, que apenas pensam na melhor forma de contornar as regras, o país nunca avançará. E este não é um país que me orgulhe!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Coisas Dela

Começo a pensar que talvez ande a comprar brinquedos demais à minha filha quando ela me diz:

- Dás-me tantos coisas que nem sei com o que é que vou brincar!

Isto apesar de não dar metade do que ela me pede...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Famílias Modernas

Mais uma manhã acorda. Entro no teu quarto e vejo-te tão serena. Ainda dormes profundamente. Mas tens companhia. Um cão, um gato, um coelho. Devagar, apesar da pressa que sinto, começo a mexer-te. Uma festinha na mão, uma caricia no rosto, um beijo tão ao de leve que quase parece soprado. Um odor quente de morangos doces ou framboesas silvestres liberta-se dos teus leves caracóis.
- Então meu amor, tiveste companhia esta noite? Vieram ter contigo ou ainda te levantas-te depois de eu sair ontem à noite? - Começas a entreabrir os olhos. Sorris. E o dia começa. Contigo renasce a vida nesta casa. Não existe mais silêncio.
-Sabes mamã, eles não queriam ficar sozinhos por isso vieram dormir comigo. O cão é o papá, a gata é a mamã e o coelhinho é o filhote deles. - Soltas uma gargalhada com a minha expressão.
- Um cão e uma gata têm um coelho como filho? Muito engraçado!
- Pois. O cão e a gata até podiam casar mas acho que não podiam ter uma coelhinho como filho, pois não?
- Não, penso que não...
- Mas sabes esta é uma família moderna.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Porque hoje é Dia do Livro

Nunca gostei de filmes de terror. Vi alguns e morria de medo. Talvez seja essa a piada mas a mim não me conquistaram. Recuso-me a ver. No entanto nunca tinha experimentado ler um livro de terror. Esta semana comecei a ler " A Luz" de Stephen King. Não conhecia o autor e não sabia o que me esperava. Bem, isto é um livro de terror. A história é interessante mas não deixa de ser um romance em que existe um nível elevado de terror psicológico. Às tantas já dava por mim a ouvir vozes e barulhos atrás de mim. Contudo não conseguia parar. Acabei agora. Conclusão: gostei, apesar de não ser o meu estilo literário de eleição. Talvez venha a repetir este tipo de leitura mas sem muito entusiasmo. Apesar disso, terror por terror, prefiro o do livro. É que basta fechá-lo e o medo quase desaparece.

3 de cada vez

Porque alguns blogues amigos resolveram presentar este reino aqui ficam os meus agradecimentos:

À mãe Pietra porque é bom sentir que fazemos parte de um grupo de amigos.




À Mariinha porque é assim que quero continuar: jovem de pensamento. Capaz de envelhecer mas nunca de deixar de reflectir e de actualizar o pensamento.


À My Star`s porque parece que estamos de arrepiar.




A todas muito obrigado por se terem lembrado de nós. Deixo-os á disposição de quem por cá passar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Por Todas as Crianças

A B. é uma criança muito carinhosa. Quando gosta de alguém beija, abraça, pede colo, enfim adora dar e receber miminho. Contudo, e apesar de adorar as irmãs, avós, tias, primas, professora, sempre teve predilação pelo sexo oposto. Desde bem pequenina que prefere o colo dos tios, dos primos, do padrinho. Chega a ser chata de tão insistente que é. Este facto chegou a preocupar-me ao ponto de pensar em levá-la ao psicólogo. O ponto alto do problema aconteceu á pouco mais de um ano atrás. A Bia começou a ter aulas individuais de violino, 45 minutos por semana. O professor, um italiano muito engraçado, cativou-a facilmente. Como era muito pequena (ainda não tinha 7 anos) as aulas tinham uma vertente muito lúdica. Os exercícios eram feitos de modo a parecerem brincadeiras e assim conseguir prender-lhe a atenção. Quando ía levá-la ás aulas ela corria para o colo do professor. Quando a ía buscar encontrava-a muitas vezes ao colo dele. Isto começou a incomodar-me. Na verdade não existia o mais pequeno indicio de que algo de anormal de passasse mas eu não ficava descansada. Falei com a responsável pela Escola de Musica, que por acaso é da minha família. Foi muito franca. Conhecia o professor á alguns anos, tinha capacidades reconhecidas e nunca tinha ouvido nada que lhe incutisse suspeitas de qualquer ordem. No entanto sugeriu-me que ficasse a assistir ás aulas. Falei com o professor que achou muito boa ideia. Na sua opinião a minha presença talvez facilitasse a concentração. A partir desse momento as aulas começaram a render mais. Eu conseguia ajudá-la mais em casa pois relembrava-a das dicas do professor. Este ano lectivo o professor mudou e agora tem uma professora. Que ela também gosta mas com quem nunca brincou como fazia com o professor M. Continua a falar dele com muito carinho e sei que provavelmente as minhas inquietações eram infundadas. Mas no fundo ninguém conhece ninguém. E por melhores que sejam as referências curriculares de alguém isso nada nos diz sobre o intimo da pessoa.
Lembrei-me deste episódio ao ver esta petição: Petição Pelos direitos das crianças.

Porque concordo que algumas leis deveriam ser mais rígidas quando estão em causa crianças. Porque devemos poder confiar os nossos filhos aos profissionais que as têm a seu cargo. Sabendo que aqueles que já foram um dia condenados por algum tipo de abuso contra crianças não poderão voltar a trabalhar com estas ficaremos mais descansados.

A B. está agora mais crescida. Embora continue a adorar os elementos masculinos da nossa família sinto-a mais retraída. Mas não muito... Talvez o seu comportamento de deva ao facto de ser menina. Por adorar o pai. Por ser muito extrovertida. Deixei de me preocupar com isso. Talvez seja apenas a sua maneira de ser!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Notícias de segunda-feira

Na viagem a caminho do trabalho aproveito para ouvir as notícias da manhã. Sintonizo o rádio na TSF e espero que hoje as notícias sejam menos más que no dia anterior. Que, para variar, haja pelo menos uma noticia boa. Porque a apresentação de qualquer bloco noticiário não é: " E agora apresentamos as más noticias do país e do mundo". E no fundo deveria ser. Porque nunca, ou quase nunca, se dão boas notícias. E estas também devem existir. Assim restam-nos as desgraças que crescem por este país fora. No meio destas ouço:


Deveria ficar escandalizada? Pois, mas neste país esta é uma daquelas noticias que não causam admiração. O aproveitamento, ou tentativa, dos bens públicos é algo usual. Nas empresas publicas ou nos organismos locais. O desperdício, o faz e deita abaixo, o esbanjar dos dinheiros das autarquias é indisfarçável. Num meio pequeno como aquele em que vivo vê-se isso a cada esquina. Os amigos e familiares dos autarcas e funcionários de organismos públicos são favorecidos em detrimento de todos os outros. As cunhas são essenciais. Todos sabemos disso mas no fundo ninguém faz nada para evitar esta situação.

Da minha secretária observo quatro trabalhadores camarários. Limpam areia que restou do arranjo do passeio. Cada um tem uma vassoura. De cada vez que um começa a varrer ou outros param e observam. Dois a três minutos depois aquele pára para dar lugar a outro. E assim continuam. Não sei por quanto tempo pois não fiquei para saber. Fico revoltada, com vontade de ir lá e perguntar-lhes se não têm vergonha. Porque eu tenho. Vergonha de viver num país assim, de aproveitadores, preguiçosos, corruptos, cobardes. Que falam, falam, falam, ou escrevem, e não dizem nada!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Finalmente chegou!

E depois de longos meses de espera o Magalhães chegou finalmente.
Será isto uma boa notícia?

Saiu a correr do ATL e assim que chegámos a casa correu para o Magalhães. O pai já o tinha colocado á carga e estava pronto a ser utilizado.

Qual era a pressa em ligar o PC?

Ver qual o nível a que conseguia chegar do jogo xpto para poder dizer ás colegas!

Estou mesmo a ver que este bendito Magalhães ainda me vai dar muitas dores de cabeça!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Amigos

Na semana passada encontrei, por acaso, uma colega de trabalho que não via á vários anos. Conversamos pouco tempo mas o suficiente para sabermos os factos mais importantes que nos aconteceram entretanto. Depois de trocarmos números de telemóveis seguiu cada uma o seu caminho. Vim para casa a pensar na razão das pessoas se afastarem. Numa determinada altura das nossas vidas fomos amigas. Nunca muito chegadas mas o suficiente para conhecermos a família, a história de vida, os problemas que mais nos afligiam. Contudo, com a mudança de local de trabalho acabamos por nos afastar. Deixamos que a distância física se transforme em distancia afectiva. E não devia ser assim. Penso na quantidade de pessoas que já foram importantes para mim e que por qualquer razão acabei por perder o contacto. Algumas delas continuam a povoar o meu pensamento de vez em quando. São pessoas que me marcaram e de quem nunca me vou esquecer. No entanto não sei nada delas. Se casaram, separaram, têm filhos, são felizes...

Combinámos tomar café um dia destes. Pôr a conversa em dia. E quero mesmo cumprir isso porque gostei muito de a rever. De saber que está bem. É que amigos nunca são demais.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Foram quatro dias

que me pareceram algumas horas. Enquanto vou lendo por aí que estes dias foram óptimos para descansar eu sinto-me a precisar de fim-de-semana.
Foram quatro dias em que tratei do jardim, fiz limpezas a fundo na casa, cozinhei muito. Estou de rastos. Salva-me a sensação de dever cumprido.
No entanto foram quatro dias que acabaram em cheio. A segunda feira depois da Páscoa é tradicionalmente a Páscoa na minha aldeia. E ter a visita da família é tão bom. Adorei passar o dia assim, em família, no meu espaço. E se o simbolismo religioso da Páscoa cada vez me diz menos a oportunidade de juntar a família sobrepõe-se a tudo isso. Venham mais dias assim!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma Simples História de Amor

Começou por um olhar, um sorriso, um aperto de mão. Eu recém chegada a um local de trabalho diferente de tudo o que conhecia até aí. A timidez e insegurança de me encontrar num grupo de pessoas antigas na empresa, em que todos se conheciam e os grupos estavam formados faziam-me sentir ainda mais frágil. Ele integrado, á vontade dava-se a conhecer. Não o amei no primeiro dia, semana, mês. Primeiro admirei-o. A sua beleza cativou-me. A sua inteligência fascinou-me. A sua simplicidade desarmou-me. Dois meses passaram. Depois de uma ceia de Natal da empresa levou-me a casa. Antes mostrou-me a decoração de Natal da cidade. Uma noite fria, mas quente. Escura, mas luminosa. Longa, mas tão breve. Selou-se a noite com um beijo. Um apenas. Inesquecível.
A partir daqui houve avanços e recuos. As barreiras que se erguiam entre nós eram enormes. Eu com 19 anos, ele com 40. Eu livre de compromissos, ele divorciado e com dependentes a seu cargo. As pressões da minha família e amigos fizeram-se sentir fortemente. Aqueles que não eram claramente contra também não davam o seu apoio. Contudo os momentos em que estávamos juntos faziam esquecer tudo isso. A partilha dos mesmos valores, a forma como encarávamos a vida e as situações, a comunhão de ideias e ideais, no fundo o amor um pelo outro venceu. Não foi uma opção tomada de um dia para o outro. Foi pensada, reflectida. Um ano e seis meses depois do primeiro beijo casámos. A família esteve presente. Hoje, vencidas que foram a reservas iniciais, estimam-se. Arrisco até a dizer que se admiram uns aos outros.
Este Verão celebraremos onze anos de casamento, de vida partilhada em todos os aspectos. E ainda sentimos que tomámos a opção correcta. Ainda nos amamos como no inicio, ou mais. Porque agora é um amor maduro, que ultrapassou os obstáculos e venceu. Que deu frutos. O nascimento da nossa filha fortaleceu-nos ainda mais e, hoje, sabemos que ficaremos juntos para sempre e que nunca houve ou haverá, para nós, história de amor mais bela que esta.

À Ana C. tenho que agradecer por me ter desafiado a abrir o coração e revelar um pouco da minha vida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Perguntas parvas!


- Posso adiar a páscoa 1 mês?

- Posso avariar o telefone e assim não ter que inventar desculpas para as entregas estarem atrasadas?

- Posso inventar que estou doente (stress é doença, não é?) e só voltar ao trabalho depois do dia 14?

- Posso dizer aos clientes que as urgências atendem-se no hospital e não aqui?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Rei fez anos!

E espero que ele se tenha sentido assim. Um rei muito mimado. A Bia acordou cedinho e foi chamar-me para prepararmos o pequeno almoço ao pai. Claro que ele, que já estava acordado, fez questão de se levantar. Ela, carinhosa, insistiu para ele dormir mais um bocadinho. Ele, compreensivo, concordou. Enquanto preparei o pequeno almoço ela fez-lhe um desenho. Em belo coração com um "amo-te" escrito bem no centro. Ao lado o desenho da família feliz. A mãe e o pai de mão dada e ela ao lado a sorrir. Depois do pequeno almoço tomado na cama (pelos três) seguiram-se cócegas, carinhos, beijos, e mil declarações de amor. O dia continuou assim. Os três juntos. A visita á tia, aos avós. Acabámos em casa. Uma pizza, uma fatia de bolo, uma taça de champanhe. Um dia simples, calmo e no entanto tão bem passado. Parabéns meu amor.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Utopia?

A notícia de destaque destes dias é a reunião do G20. Quem vai ou não vai, as manifestações, os resultados esperados. O bombardeamento de notícias sobre este tema está por todo o lado. Rádios, televisão, jornais e até blogues dão destaque ao evento. Parece que reside aí a solução para os problemas da nossa sociedade.
Aqui vi uma outra forma de encarar o mesmo assunto. Uma visão diferente daquela que nos querem passar.
As pequenas revoltas que sentimos acabarão por mudar este mundo injusto. Será isto uma utopia? Talvez, mas prefiro pensar que o Homem irá evoluir para uma sociedade mais justa. Prefiro pensar assim. Por mim, pelos meus. Por todos nós.

terça-feira, 31 de março de 2009

Não chores mais...

"Hoje sinto um nó no peito". É assim que a tua avó descreve a sensação de tristeza, angústia. É assim que eu me sinto hoje. As tuas lágrimas cortam-me o coração. O teu choro ainda está a ecoar dentro de mim.
- Não chores meu amor. Não tens razão.
- Mas eu não quero ir...
Agora é sempre assim. Nos dias em que não tens escola não queres ir para o ATL.
- Alguém te trata mal?
- Não, mas eu não quero ir....
- Sabes que a mãe e o pai têm de trabalhar. Tu não podes ficar sozinha em casa!
- Mas eu não quero ir...
E eu não queria que fosses. Não assim a chorar. Sei que quando te for buscar vais estar bem. Vens contente e dizes que o dia correu muito bem. Liguei agora para lá. A professora da tua sala tranquilizou-me. Diz que estás serena. Já brincaram e agora estão a ver um filme. Não te acha triste e nem entende a razão do teu choro pois lá demonstras estar alegre, espevitada foi a palavra que usou. Diz que esta reacção pode estar relacionada com a falta das coleguinhas mais próximas que nestes dias não estão. Logo vamos, uma vez mais, conversar sobre tudo isto. Espero que entendas que se a mão e o pai pudessem estavam contigo o dia todo. E que tu estás sempre no nosso pensamento...

segunda-feira, 30 de março de 2009

As minhas leituras

Respondendo ao desafio da Marinha aqui fica a 5ª frase da página 161 do livro mais próximo:
" Desde que o centro de detenção de Guantánamo abriu, no início de 2002, foram comunicadas mais de quarenta e uma tentativas de suícidio de vinte e três detidos."
O livro "O Meu Diário de Guantánamo" de Mahvish Rukhsana Khan.

Título: O Meu Diário de GuantánamoAutor(es):Khan, Mahvish Rukhsana
«O Meu Diário de Guantánamo é o primeiro livro que dá vida ao local e aos prisioneiros. Ao mesmo tempo triste, revoltante, mas também comovente e enternecedor, está maravilhosamente escrito. É um livro espantoso.»

— ARYEH NEIER, presidente do Open Society Institute e antigo director executivo da Human Rights Watch

Um livro actual que reflete o problema que se coloca á sociedade de hoje. A definição de terrorista, a aplicação de penas, a defesa das liberdades, a presunção de inocência até prova em contrário que não existe na prisão de Guantánamo.

Estas são as regras do desafio:

1º - Pegar no livro mais próximo;
2º - Abrir na página 161;
3º - Procurar a quinta frase completa;
4º - Colocar a frase do blog;
5º - Indicar 5 pessoas para continuarem a tarefa.

Digam-me o que andam a ler:

quinta-feira, 26 de março de 2009

As coisas que tu gostas ao deitar

Depois de adiares a ida para o quarto, por várias vezes, pedes ajuda para lavar os dentes pois sozinha não tens "paciência" e nunca ficam tão bem. De seguida vem a habitual história antes de dormir. Apesar de já leres com facilidade preferes que sejamos nós a ler. E se por acaso surge uma expressão mais engraçada temos que te mostrar onde está escrita para visualizares melhor.
Depois de apagarmos a luz pedes com aquela vozinha tão linda: - Mamã/papá podes me fazer festinhas? - Queres que te façam festinhas até adormeceres. Leves, suaves. Ainda antes de adormecer mais um beijinho. E que bem que te sabem. E que bem que nos sabem...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais vale tarde...

Foram precisos 8 anos mas consegui convencer a Bia a provar morangos. E o mais engraçado é que gostou. Com açúcar ou natas.
- Deliciosos, mamã!
Talvez seja por estar maior ou então está cansada de me ouvir dizer que são óptimos, maravilhosos. Na semana passada foi o abacaxi. Nunca queria sequer provar. Depois de muito insistir, comeu. Gostou. Vou continuar a insistir com os feijões, os legumes e mais uma infinidade de alimentos que só come disfarçados na sopa e mesmo assim por insistência minha. Quem sabe um dia destes acaba por me surpreender.

terça-feira, 24 de março de 2009

Nova moda?

A primeira vez ainda pensei que era um vestido, mas depois da situação se repetir caí em mim e fique estupefacta!
Será normal, a vizinha da rua de cima, vir passear o cãozinho em robe?
Eu sei que estamos na aldeia e o movimento não é muito, mas qual é a necessidade de andar com a roupa de dormir na rua? É que não é ás 7 h da manhã! Acontece ás 11/12 h, ou mesmo á tarde. Esta gente não tem um fato de treino para vestir se não têm paciência para se arranjarem? Serei só eu a achar deprimente esta falta de decoro?
Se calhar é porque não tenho cão. Será?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ensinamentos da Natureza

Apesar de viver numa aldeia nunca foi muito adepta de jardins ou de plantas. Apreciava um bonito jardim mas era uma actividade que não me despertava interesse. Não sei o nome da maioria das flores, as melhores alturas para as plantar, podar ou colher. Contudo este ano tem sido diferente. Com a chegada destes dias luminosos veio a vontade de mexer na terra. Cavar, arrancar ervas daninhas e plantar. Tulipas, ortências, jarros das mais variadas cores (que eu nem sabia que existiam), narcisos, dálias (imensas e de todas as cores), gladiolos, liliums, e outras que não decorei o nome. Dou por mim a observar árvores em flor, arbustos, a olhar os jardins por onde passo e a indagar pelo nome das mais variadas plantas.

Claro que sobre jardinagem ainda tenho muito a aprender. Contudo a minha maior dificuldade é esperar. Porque as plantas não nascem no dia seguinte á plantação. Não! Precisam de tempo. Muito tempo. E eu todos os dias as vou espreitar. Olho a terra de vários ângulos na esperança de ver nascer algo que se assemelhe a uma planta. Mas nada. A paciência não é, definitivamente, uma das minhas virtudes. A gestão de expectativas sempre me causou problemas. E talvez seja este o maior ensinamento que a jardinagem me pode dar. Aprender a esperar. A dar tempo ao tempo. A deixar a natureza seguir o seu curso e fazer o seu trabalho. E, no final, conseguir transferir essa aprendizagem para as restantes tarefas e momentos do dia-a-dia.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Hoje sinto saudades

daquilo que não vivi. Dos momentos em que não o entendi como homem e como pai. Momentos que a vida não nos deixou viver.
Hoje sinto saudades de não ter nascido mais cedo para o conhecer como adulta. Para me recordar melhor de si. Para ter o que contar á sua neta de si.
Hoje sinto saudades dos anos que não tive consigo, que a vida, ou melhor a morte, nos roubou.
Hoje sinto pena de mim por ter permitido que a dor da sua ausência apagasse as memórias dentro de mim.
De si ficou-me a recordação do cheiro a perfume quando se arranjava para sair e do odor a terra e suor, que não me era desagradável, quando chegava a casa depois de um dia de trabalho. Das suas mãos pequenas, rugosas. Do seu cabelo preto, escondido pelo sempre presente chapéu. Da camisa de trabalho amarela. Do seu último Verão.
De si ficaram as recordações guardadas na memórias dos meus irmãos e que eu tento absorver quando falam de si. Porque aos 17 não reparamos nas pessoas que nos rodeiam. Que vivem efectivamente connosco. Porque aos 17 não pensamos que a morte há-de vir e roubar parte do nosso futuro e do nosso passado conservado pelas memórias. Porque a morte não deveria vir assim sem aviso.
De si ficou dentro de mim a bondade. O amor aos filhos. E disso eu nunca me vou esquecer.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Para Ti

Ontem encontrei um livro que gostaria de ter escrito. Um livro pequeno, com apenas algumas frases e com ilustrações que de tão simples se tornam belas. Com as palavras certas e a descrição da relação mãe/filha tão linda. Um livro que define tão bem o sentimento materno. Não lhe pude virar as costas. Comprei-o. Vou dá-lo á minha menina. Talvez ela ainda não consiga entender a grandeza de um livro tão simples. Mas um dia irá entender. Espero que, de cada vez que olhar para este livro, sinta o amor profundo que a mãe lhe tem. E que saiba que a mãe vai estar sempre aqui para a ajudar a passar as fases boas e menos boas que a vida lhe trará! Sempre com com o mesmo amor...

terça-feira, 17 de março de 2009

Diálogos nossos ou correcções de alguém que pensa que já sabe tudo!

Enquanto andávamos pelo caminho de acesso a nossa casa a B. reparou numas flores amarelas que cresciam por lá:

- Foste tu de semeaste aquelas flores, mamã?
- Não.
- Como é que se chamam?
- Não sei bem... são flores selvagens!
- Espontâneas, mamã.
- Sim porque ninguém as plantou.
- Sim, não foram cultivadas!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Má educação ou pré adolecência?


Este sábado, enquanto limpava o quarto da princesa, vi um tubo de cola no caixote do lixo e perguntei-lhe se estava estragado.

- Não!

- Então, está vazio?

- Não!

- Então porque é que está no lixo? - Encolhe os ombros e não responde. Insisto na pergunta e mais uma vez encolhe os ombros. E eu começo a ferver. Tento controlar-me, não levantar a voz e acabo por lhe fazer um discurso sobre o valor dos bens materiais e o esforço necessário para os adquirir.

Visto á distância, até a mim, parece um exagero tanto problema por apenas um tubo de cola, mas é nestas pequenas coisas que temos que mostrar o certo e o errado. É nas coisas mais insignificantes que têm que aprender a dar o correcto valor. Só assim poderão mais tarde valorizar o que é realmente importante.

O que mais me aborreceu foi a sua falta de justificação para o que fez. O que me assustou foi o seu encolher de ombros tão característico dos jovens. Como se eu não tivesse direito a uma resposta! Isto sim foi aquilo que mais me irritou. E que me deixou a pensar: que tipo de mãe saberei ser para uma filha adolescente?
Felizmente ainda falta muito tempo, não é?!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Será do tempo?

Dias como estes pedem acção. Pedem passeios, trabalhos no jardim ou no quintal, limpezas a fundo, brincadeiras ao ar livre, ou seja, dias assim pedem movimento.
Eu, ao contrário peço sossego, paz, silêncio, cama. Ando cansada. Não sei bem do quê, mas ando. E irritada. Com os colegas de trabalho, com os clientes e as suas pressas, exigências, com tudo. O esforço necessário para camuflar tudo isto chega a ser esgotante, mas felizmente tenho conseguido guardar uma dose de bom humor para a minha princesa. O marido lá se vai apercebendo e vai-me dando o espaço que preciso. Tem vindo almoçar comigo só isso já ajuda a aguentar o dia. À noite, depois da B. se deitar, faço apenas as tarefas estritamente necessárias para o funcionamento da casa e adio tudo o resto para o dia seguinte. Só penso em deitar a cabeça na almofada e dormir.

Talvez esteja a precisar de férias! Sim deve ser isso. Ou à falta disso de fim-de-semana. Até lá vou tentar mexer-me o menos possível, ou então não, vou tentar reagir e combater o que me pede o corpo (e a mente).

Será do tempo? Sim, deve ser do tempo...

terça-feira, 10 de março de 2009

Notícias de uma princesa

Este fim-de-semana tivemos uma menina com febre e dor de garganta. Começou com dores de garganta na sexta-feira e no sábado com febre. Não muito alta e que cedia facilmente com o Brufen. Contudo, como a garganta continuava a incomodar, resolvemos dar um salto ao hospital no Domingo. O médico, que aparentava não ter mais de 20 anos, foi atencioso e concluiu que ainda não justificava a toma de antibiótico. Viemos para casa mais descansados. Felizmente na 2ª feira andou muito melhor e hoje de manhã já não se queixou.
Da escola só boas noticias. Tem melhorado as notas sem esforço. Nas ultimas provas, para as quais não se preparou pois pensava serem só na semana seguinte, tirou as melhores notas deste ano. Das aulas de violino ouço muitos elogios. Na opinião da professora "ela aprende tudo sem dificuldade e se estudasse todos os dias um pouco poderia ser brilhante".
Mas eu não me importo que ela não seja brilhante. Quero apenas que ela aproveite os dons e as facilidades para a aprendizagem que tem. E que seja feliz. E por isso nem sempre insisto para ela estudar em casa. Porque a vejo tão contente nas suas brincadeiras e nas suas tarefas imaginárias que me custa interrompe-la. Para já vamos continuar assim. Vou deixá-la continuar a ser criança, tentando incutir alguns hábitos de estudo e alguma responsabilidade mas sem deixar que isso roube muito tempo á sua função principal : brincar.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A amizade na infância


A Beatriz elegeu logo nos primeiros dias de aulas do 1º ano (2007) a sua melhor amiga: a Leonor. Desde então estão juntas sempre que podem. Pena que nas aulas isso não dê bom resultado. Sempre que ficavam juntas passavam a aula a conversar e a professora teve que as separar. Nunca lhe ouvi dizer que estavam chateadas. Quando chegam á escola correm uma para a outra e abraçam-se como se não se vissem á imenso tempo.Mas creio que esta é uma excepção. Com muitas das outras amiguinhas as coisas não se passam assim. Num dia estão tão amigas que até trocam estojos, adereços de cabelo, casacos, etc. No outro chateiam-se e não se falam. O caso mais recente:
- A I. tirou-me uma mica. Disse que era dela, mas não era.
- Deixa-lá filha, talvez se tenha confundido.
- Não, ela fez de propósito.
- Mas vocês não são amigas?
- Somos, mas ela foi má e agora já não somos!



terça-feira, 3 de março de 2009

E sobre mim

custa-me falar (ou escrever)!
Mas como o desafio me foi proposto pela Pietra e pela Sofia aqui vai:

1. Não gosto de falar de mim e, talvez por isso, não faço amizades com facilidade.
2. Adoro a minha família. Todos. Mas mais de uns que de outros!
3. Sinto-me muito bem quando tenho a casa cheia. Adoro receber e ter os meus por perto.
4. Gosto muito de ler e fico sempre triste quando o livro acaba. Se a história for mesmo boa dou por mim a ter saudade das personagens.
5. Tenho muito medo de cães. Um medo irracional que não sou capaz de explicar.
6. Não consigo dormir com fome. Por isso antes de dormir bebo uma chávena de leite e como bolachas. É o remédio ideal para as insónias.

Agora desafio todas a escreverem também um pouco sobre si mesmas. Afinal não doí, não demora quase nada e até pode ser um bom exercício de conhecimento pessoal.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Do fim-de-semana

posso dizer que:
- Sevilha é uma cidade linda, grande, mais que grande, grandiosa, mas que precisa de muito tempo para ser devidamente visitada.
- Dois dias para ir a Sevilha e voltar é muito cansativo, e tal como já previa, venho super cansada.
- Estou a ficar velha! Cada vez me mais me apetece estar em casa e sair menos.
- Apesar de tudo correu bem. Estive na companhia do meu amor e sabia que, apesar da minha menina não estar connosco, estava a divertir-se com os primos.
Conclusão: Preciso que o próximo fim-de-semana chegue rápido para poder descansar deste!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E este fim-de-semana









vou andar por aqui!

E numa conversa

com uma amiga ela dizia-me algo eu também sinto muitas vezes: - Tenho alturas em que sinto medo de ser tão feliz. Medo que esta felicidade toda acabe...

Será normal este medo de ser feliz? É como se não fosse normal ter uma família feliz. Aquela família que tem saúde, amor e alguma estabilidade financeira. Em que os problemas são pequenas coisas que, á falta de mais, servem de pretextos para amuos. Estará o provérbio "não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe" tão enraizado na nossa cultura que quando estamos bem não achamos normal?

E quando este sentimento chega acaba por assombrar momentos bons que deveriam ser de paz.

E por isso digo: chega de medos! Vamos viver os dias bons em pleno e desejar que nunca acabem. Vamos deixar de ter medo de sofrer no futuro. Porque isso é sofrer por antecipação.

Vamos ser felizes!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Boa noite...

- Dorme bem minha luz!
- Tu também mamã...
E com uma infinidade de beijos a deixo para dormir. Não sem antes lhe sentir o cheiro, o calor, a pele sedosa de bebé.
- Eu não sou bebé!
- Sonha com os anjos...
- Não, prefiro sonhar contigo e com o papá.
- Dorme bem minha vida!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Felicidade é


quando ele me liga só para dizer que me ama e que os momentos em que se sente verdadeiramente feliz são aqueles em que está comigo.

Felicidade é eu sentir exactamente o mesmo.

Felicidade é sentirmos tudo tão intensamente, mesmo depois de 10 anos de casamento.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ser mãe


é muito mais que ter um filho. É ter as nossas dores e as dores deles. É ter as nossas angustias e medos e viver também as deles. E sabermos que eles têm que as vivenciar porque é também isso que os ajuda a crescer.

No ano passado a professora da Bia convidou os alunos a fantasiarem-se no último dia de aulas, antes do Carnaval. A Bia levou um lindo vestido de princesa cor-de-rosa que já tinha do ano anterior. Estava linda! Contudo admito que havia outros fatos mais elaborados e originais. Não sei se é habitual mas resolveram fazer um concurso. E ela não ganhou. Vinha triste nesse dia. E decidiu que no próximo ano não iria fantasiada, pois assim poderia fazer parte do jurí e não teria que participar do desfile. Conversámos com ela e tentamos que ela entendesse que não podemos ganhar sempre e que isso nem é o mais importante.

Este ano comprámos um vestido novo. Azul, mas novamente de princesa (a realeza está-lhe no sangue). E ela pensou melhor e optou por ir fantasiada. Mas agora tenho o coração apertadinho. Tenho medo da desilusão que ela pode sentir se não ganhar... Melhor era que não houvesse concurso. Ou isso é uma forma de os preparar para as desilusões da vida? E será que deveriam começar tão pequenos a lidar com a competitividade?

Eu por mim vou dizer-lhe mil vezes que para nós é a menina mais linda do mundo. E vou enchê-la de beijos. E com isto espero que vá preparada para enfrentar adversidades e alegrias com a certeza que é muito amada!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Esconde-esconde


Habitualmente é o pai que vai buscar a B. ao ATL. Quando chegam a casa eu normalmente já lá estou. Ela entra primeiro:

- Mamã, diz ao papá que ainda não cheguei! - E corre a esconder-se. Assim que o pai entra eu pergunto-lhe pela B.

- Então ela não entrou? - E começa o faz-de-conta. Eu finjo que ela ainda não chegou, ele finje que não sabe onde é que ela está e ela esconde-se muito bem (quase sempre nos mesmos sítios). A brincadeira só acaba quando ele a encontra.

Esta é umas das brincadeiras que se repetem á muito tempo lá por casa. É uma daquelas rotinas que fazem bem, que só tem graça para nós. E que quando o cansaço e a azafama do jantar não nos impede nos leva a esconder ás duas, e a fazer o pai correr a casa á nossa procura. E ele, por mais cansado ou aborrecido que venha, nunca deixa de o fazer. E com estes pequenos nadas mostra o quanto somos importantes para ele e o quanto ele é importante para nós.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Doces pecados

E porque quando nos sentimos em baixo, tristes, aborrecidos, nada melhor que um doce. Ou dois. Assim a sobremesa do jantar de ontem foi em dose dupla: Pêras assadas barradas com Nutella e, a acompanhar o café, um delicioso pastel de Vouzela, que o meu amor me trouxe.

Hoje estou muito melhor.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Surpresas!


Faço anos este mês e lá em casa já começaram os preparativos. Passo a explicar: a B. começou por me informar que ela e o pai este ano não me dariam nenhum presente. Que não dava, não tinham tempo e que eu por vezes me portava mal. Tudo dito com ar sério mas com um sorriso para o pai assim que eu virava costas. Depois disto começou a andar lá por casa com os lápis e os blocos de folhas e sempre que eu me aproximava ela escondia. Deve estar a fazer desenhos e a escrever poemas lindos como já é habitual. Só que pensa que eu não entendo. E eu deixo-a pensar. Porque estes são mesmo os meus presentes preferidos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ficar tudo na mesma ou arriscar e mudar?

Tenho um trabalho que gosto. Do trabalho em si! Dos colegas nem por isso. São pessoas muito diferentes de mim e não tenho afinidade por nenhum. Talvez por serem homens, mais velhos do que eu, tanto em idade como na firma, e que têm que acatar as minhas ordens porque sou eu que faço a gestão do trabalho ( em conformidade com os patrões). Com estes tenho uma boa relação mas do salário não gosto. Sei que tenho capacidade de fazer muito mais mas a estrutura é pequena e não tenho para onde evoluir. Queixo-me de tudo isto, mas normalmente apenas a mim própria.
Agora surgiu a possibilidade de tirar um curso, de outra área completamente oposta, na qual nunca me imaginei, mas que me daria a possibilidade de ter o meu próprio negócio. De poder trabalhar muito mais mas também ser recompensada por isso.
E agora não sei o que fazer. Não sei se serei capaz de fazer este tipo de trabalho. Sei que sou capaz de aprender, mas só isso talvez não chegue. E se eu não gostar do que vou fazer? Vou passar a vida a desempenhar um papel que não gosto? Posso tirar o curso e depois no estágio logo vejo. Mas é um curso de 2 anos em horário pós-laboral. Implica abdicar de estar com a minha família durante toda a semana. Chegarei a casa tarde e a B. já estará a dormir o que significa que a maior parte dos dias apenas a veja de manhã antes da escola. A juntar a isso está o custo do curso.
O que eu precisava era de ir ao futuro. De ver exactamente o que irá acontecer. Ou então que uma entidade superior, daquelas que têm a resposta certa para tudo (existem?) me disse-se o que fazer.
Tenho medo de estar a ser cobarde, comodista e depois vir a arrepender-me. Ao mesmo tempo tenho medo de não ser capaz de vencer a repulsa que sinto em relação aos outros. Sempre tive dificuldade em mexer no corpo (mãos, cabelos, etc) dos outros. Daqueles que me são mais próximos não tenho esse sentimento mas dos outros não consigo controlar. Será que me posso habituar? Ou será que apesar de boa ideia não é para mim? Não tenho perfil? Como saber?
No fundo acho que nunca tive uma vocação. Algo que eu soubesse que gostava de fazer. Fui para onde a maré, ou a vida, me levou. E agora que posso optar não sei o que fazer. E isto deixa-me angustiada. Por que não gosto de ser assim. E porque, a ter que mudar, deveria ser quanto mais cedo melhor. Porque os anos passam e as oportunidades também. E eu não sei o que fazer...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Provas de avaliação

Esta sexta-feira vieram para casa as provas de avaliação corrigidas. Não está mal, mas podia ser melhor não fosse a distracção:
Língua Portuguesa: Bom

Estudo do Meio: Muito Bom

Matemática: Bom

As dificuldade a matemática têm por base a eterna confusão entre os sinais maior e menor. Isso e a distracção. Chega ao ponto de resolver bem as operações mas engana-se ao transcrever o resultado. No estudo da Língua Portuguesa o problema é basicamente o mesmo. Distracção. O que leva a alguns erros. A juntar a isso a pressa em acabar para poder ir para a brincadeira.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Educação sexual na escola?

- Ontem quando a professora estava a explicar aquilo do caude e das folhas das plantas começou a falar do pénis!
- Do pénis?
- Sim e da vagina!
- Mas a propósito de quê?
- Sei lá, mas o R. disse que não sabia o que era o pénis. Foi uma risada. A professora teve que lhe explicar que é a pila... Eu aproveitei para dizer que tenho o "O Grande Livro da Sexualidade" e que podia levá-lo para a aula se ela quisesse. A professora disse a toda a turma que ámanhã eu vou levar o livro. Por isso, não te esqueças de o levar para a mochila. Posso, não posso mãmã?

Possivelmente a professora explicou a anatomia das plantas na aula e daí partiu para a anatomia dos seres humanos. E concordo que se começe de pequeno a ouvir falar destas coisas. A B. a partir do momento em que começou a fazer perguntas sobre os orgãos sexuais começamos a explicar. No início com pouco á vontade nosso. Mas a reacção dela foi sempre tão natural que hoje falamos de quase tudo sem grandes constrangimentos (pelo menos tentamos). Na nossa busca sobre a melhor maneira de abordar determinados temas surgiu este livro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Desde que começou o Inverno


que é muito difícil acordar a B. Começo por lhe ir ligar a luz do quarto quando me levanto, de modo a que ela vá despertando. Mesmo assim quando acabo de me arranjar ela ainda dorme. Devagar vou começando a falar com ela, de preferência de assuntos que lhe suscitem curiosidade (haja imaginação). Depois começo a vesti-la ainda deitada. Com custo lá se levanta para lhe vestir a parte de cima. A partir daí desperta e já vai ao W.C. sozinha.
Ontem o despertador não tocou e acordei 1 hora depois do habitual. Fizemos tudo como de costume mas na velocidade máxima. O pequeno almoço da B. foi tomado no carro a caminho da escola.
Hoje, e talvez pelo receio de chegar atrasada outra vez á escola, quando cheguei ao quarto já ela se estava a vestir. A roupa que deixei preparada no dia anterior tinha sido trocada por outra mais do seu agrado (cor de rosa). E ela ainda ficou chateada porque nos queria fazer uma surpresa. Pois então não foi uma surpresa? E das boas. Quem dera fosse assim todos os dias!

O Paz de Alma

O Paz de Alma


Aquele senhor ali, de calva rosada e redonda, olhos pestanejantes de menino velho, bochechinhas caídas, da cor da calva, tem mesmo ar de boa pessoa. Uma jóia. Uma raridade. Um paz de alma. Todas as manhãs se senta à mesma mesa do nosso café do bairro e pede numa voz mansa, de palavras pronunciadas sílaba a sílaba:
- Se faz favor trazia-me uma meia de leite, mas não muito quente, acompanhada por um queque, de preferência ainda quentinho… E ri-se, suavemente, do seu capricho guloso.
Pois no outro dia, entrou um desconhecido de rompante, lá no café, que se dirigiu sem hesitação ao senhor, a meio da sua chávena meia de leite.
- O senhor é que é o Abílio Gomes, não é? - perguntou ele, de dedo apontado, com muito maus modos.
E sem esperar pela resposta, nem sequer dar tempo ao senhor para poisar a chávena, pregou-lhe uma bofetada de todo o tamanho e saiu disparado, tal como entrara. Esparramou-se o conteúdo da chávena, que se partiu mais o pires, no lajedo do café.
Eu, que estava perto, ainda apanhei uns salpicos.
Entretanto, o senhor, de bochechas muito mais rosadas do que o costume, mamava, imperturbável, o resto do queque, ensopado de café. Indignei-me:
- Então o senhor apanha uma bofetada destas e fica-se?
Acabando de engolir o queque, o senhor só respondeu:
- O caso não era comigo. Deve ter sido engano. Eu nem me chamo Abílio...

Autor: António Torrado

Retirado da História do Dia - Sapo Kids


Quando li esta história não pude deixar de pensar que se todos fossemos um bocadinho como esta personagem o mundo seria muito melhor. Se em vez de reagirmos como o agressor, que ainda sem ter a certeza se aquela era a pessoa que procurava o agrediu, reagíssemos mais como o "Paz de Alma", talvez evitássemos muitos conflitos. Verbais e emocionais. Porque quando pensamos que alguém teve determinada acção com o intuito de nos magoar acabamos tantas vezes por ficarmos magoados com isso. E somos capazes de andar dias a tentar entender o outro e tudo o que fazemos é aprofundar a mágoa. Em vez disso devíamos tentar falar, dialogar e ver que talvez não tenha tido a intenção de nos ferir. Que talvez a seta tenha vindo na direcção errada.

Alguns pensarão que somos cobardes, medrosos. Mas o que assim pensam, são, por norma, os agressores, aqueles que nem dão oportunidade ao outro de se defender. E não é a essa categoria de pessoas que eu quero pertencer. Eu prefiro ser da categoria dos "Paz de Alma". Embora nem sempre o consiga...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Chá ou café?


E enquanto nos tentávamos decidir entre chá ou café para tomar depois do jantar, ela, sem dúvidas, diz:

- Para mim chá de lúcia lima sem açúcar. Obrigado!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Música

Lá em casa ouve-se muita música. A nossa menina não sabe estar em casa sem ouvir música (a não ser quando está a ver tv). Ela ouve, canta e dança. E nós adoramos vê-la assim. E o cd deste momento é:

É para mim um dos melhores cds dos últimos tempos. Uma música diferente em que se conjuga o fado com a musica popular portuguesa. As letras são muito giras, fora do comum, e as melodias lindas. É fado, mas sem aquela tristeza que quase sempre o caracteriza.

A música preferida da Bia é o Fado Toninho:http://www.youtube.com/watch?v=jq1j-Dq11WQ


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mentiras

No ano passado, o 1º ano de escola da Beatriz, tínhamos por hábito ver sempre os trabalhos de casa juntas. Mesmo que os tivesse feito no ATL eu tinha o cuidado de ver os cadernos e conferir se estava tudo em ordem. Este ano, e porque ela está maior, pensei que quando ela me diz que não tem trabalhos de casa eu podia acreditar. Ontem cheguei a casa tarde e ela já estava pronta para ir para a cama. Supostamente não tinha trabalhos de casa. Contudo, depois de a deitar, resolvi ver os cadernos e conferir a caderneta, não fosse ter-se esquecido de me dar algum recado. E só nessa altura é que me dei conta que a minha princesinha tinha mentido. O trabalho era no livro de matemática e, segundo confessou esta manhã depois de confrontada, ela não tinha conseguido fazer. Era difícil...
Fiquei triste. Por nos ter mentido, por não se esforçar quando tem dificuldades, por saber que provavelmente iria ficar de castigo na escola. Agora vamos ter uma conversa bem séria com ela. E espero entender o porque desta atitude...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um gato?


- Mamã, sabes qual foi o meu sonho esta noite? Sonhei que estavas grávida mas não era um bebé que tinhas na barriga, era um gato!


E com isto resumiu tudo. Ela quer um mano e um gato. O irmão/irmã está planeado. O gato é mais complicado. Tenho andado a adiar para o verão esta ideia, com a desculpa que uma vez que não vou permitir animais dentro de casa e ele vai ter que ficar no jardim, agora está muito frio. Mas no fundo ainda não me estou a ver a cuidar de um animal. E sei que acaba por sobrar para mim. Vamos mesmo ter que pensar muito bem. Até lá pode ser que arranje maneira de lhe dar a volta...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Resumo dos últimos dias




Chuva


Cai a chuva, ploc, ploc
corre a chuva ploc, ploc
como um cavalo a galope.

Enche a rua, plás, plás
esconde a lua, plás, plás
e leva as folhas atrás.

Risca os vidros, truz, truz
molha os gatos, truz, truz
e até apaga a luz.
Parte as flores, plim, plim
maça a gente plim, plim
parece não ter mais fim.


Luísa Ducla Soares, A Gata Tareca e Outros Poemas Levados da Breca, Teorema

O post que eu queria ter escrito...

http://avontaderegresso.blogspot.com/2009/01/falemos-sempre-por-favor.html

Momentos felizes

Há quem diga que a felicidade não existe. O que existe são momentos felizes. Talvez seja mesmo assim pois podemos não viver 24 horas por dia com total felicidade, mas mesmo assim ter um dia com muitos momentos felizes. Ontem, á noite, depois do jantar, enquanto observava o homem cá de casa a brincar com a nossa menina, pensava nisso. Aquele era um dos dias em que, apesar de estar com dor de cabeça e sem vontade de fazer as inúmeras tarefas que ainda me aguardavam, só de observar a partilha e cumplicidade entre pai e filha senti-me feliz. E é mesmo assim. Por vezes as coisas mais simples são as aquelas que nos fazem mais felizes. E felizmente tenho muitos momentos assim que tornam os meus dias repletos de felicidade.
Obrigado por isso meus amores!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mudem de assunto


Tenho que confessar que gostei da vitória do Obama nas eleições americanas. Não tanto pelas questões internas americanas, e por aquilo que será a sua governação entre portas, mas principalmente porque tenho esperanças que a politica externa seguida pelos EUA mude. E mude para melhor. Com tudo o que isso significa para o mundo.

Mas agora que as eleições já aconteceram e que o senador Obama já é presidente mudem de assunto. Em todos os noticiários o assunto é sempre o mesmo. Chega! Deixem o homem trabalhar e a nossa cabeça ocupar-se com outros assuntos!