quinta-feira, 30 de abril de 2009

Trabalho para que te quero


Acabei de atender um jovem que vinha á procura de trabalho. A empresa onde estava a laborar fechou. Entreguei-lhe uma ficha de inscrição e informei-o que quando surgisse alguma vaga seria contactado. Disse-me que precisava mesmo de trabalho pois tinha família, filhos. Enquanto preenchia a ficha foi contando que já tinha ido ao centro de emprego fazer a inscrição e pedir o subsídio. No entanto vinha muito desiludido pois foi informado que teria que fazer trabalho comunitário. Que aquilo era um absurdo pois além de tudo não iria receber nada além do subsídio pelo trabalho que efectuasse.

Não conheço as regras do centro de emprego. Não sei que tipo de trabalho comunitário eles fazem, mas parece-me adequado arranjar alguma ocupação para as pessoas enquanto não encontram trabalho. A procura de um emprego pode ser um trabalho a tempo inteiro, é por certo uma tarefa desgastante, mas também sabemos que muitas pessoas habituadas a receber subsídios nada fazem no sentido de encontrar um trabalho. Há cerca de 6 meses tivemos uma vaga na fábrica. Pedimos ao centro de emprego, mas não surgiu ninguém. Acabámos por colocar um cartaz “admite-se pessoal” na janela. Passados uns dias aparece um senhor de meia-idade, retira uma folha do bolso, desdobra-a e diz: - Gostava de saber se me podiam por o carimbo para o centro de emprego? É que eles agora dizem que é obrigatório… – Apesar da placa ele não perguntou que tipo de pessoa precisávamos, que tipo de tarefa teria que realizar, porque simplesmente ele não queria trabalho. Queria apenas o carimbo e o consequente subsidio.
Enquanto existir este tipo de pessoas subsidio dependentes, a quem o valor pago pelas instituições publicas basta, que não valorizam o trabalho, que apenas pensam na melhor forma de contornar as regras, o país nunca avançará. E este não é um país que me orgulhe!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Coisas Dela

Começo a pensar que talvez ande a comprar brinquedos demais à minha filha quando ela me diz:

- Dás-me tantos coisas que nem sei com o que é que vou brincar!

Isto apesar de não dar metade do que ela me pede...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Famílias Modernas

Mais uma manhã acorda. Entro no teu quarto e vejo-te tão serena. Ainda dormes profundamente. Mas tens companhia. Um cão, um gato, um coelho. Devagar, apesar da pressa que sinto, começo a mexer-te. Uma festinha na mão, uma caricia no rosto, um beijo tão ao de leve que quase parece soprado. Um odor quente de morangos doces ou framboesas silvestres liberta-se dos teus leves caracóis.
- Então meu amor, tiveste companhia esta noite? Vieram ter contigo ou ainda te levantas-te depois de eu sair ontem à noite? - Começas a entreabrir os olhos. Sorris. E o dia começa. Contigo renasce a vida nesta casa. Não existe mais silêncio.
-Sabes mamã, eles não queriam ficar sozinhos por isso vieram dormir comigo. O cão é o papá, a gata é a mamã e o coelhinho é o filhote deles. - Soltas uma gargalhada com a minha expressão.
- Um cão e uma gata têm um coelho como filho? Muito engraçado!
- Pois. O cão e a gata até podiam casar mas acho que não podiam ter uma coelhinho como filho, pois não?
- Não, penso que não...
- Mas sabes esta é uma família moderna.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Porque hoje é Dia do Livro

Nunca gostei de filmes de terror. Vi alguns e morria de medo. Talvez seja essa a piada mas a mim não me conquistaram. Recuso-me a ver. No entanto nunca tinha experimentado ler um livro de terror. Esta semana comecei a ler " A Luz" de Stephen King. Não conhecia o autor e não sabia o que me esperava. Bem, isto é um livro de terror. A história é interessante mas não deixa de ser um romance em que existe um nível elevado de terror psicológico. Às tantas já dava por mim a ouvir vozes e barulhos atrás de mim. Contudo não conseguia parar. Acabei agora. Conclusão: gostei, apesar de não ser o meu estilo literário de eleição. Talvez venha a repetir este tipo de leitura mas sem muito entusiasmo. Apesar disso, terror por terror, prefiro o do livro. É que basta fechá-lo e o medo quase desaparece.

3 de cada vez

Porque alguns blogues amigos resolveram presentar este reino aqui ficam os meus agradecimentos:

À mãe Pietra porque é bom sentir que fazemos parte de um grupo de amigos.




À Mariinha porque é assim que quero continuar: jovem de pensamento. Capaz de envelhecer mas nunca de deixar de reflectir e de actualizar o pensamento.


À My Star`s porque parece que estamos de arrepiar.




A todas muito obrigado por se terem lembrado de nós. Deixo-os á disposição de quem por cá passar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Por Todas as Crianças

A B. é uma criança muito carinhosa. Quando gosta de alguém beija, abraça, pede colo, enfim adora dar e receber miminho. Contudo, e apesar de adorar as irmãs, avós, tias, primas, professora, sempre teve predilação pelo sexo oposto. Desde bem pequenina que prefere o colo dos tios, dos primos, do padrinho. Chega a ser chata de tão insistente que é. Este facto chegou a preocupar-me ao ponto de pensar em levá-la ao psicólogo. O ponto alto do problema aconteceu á pouco mais de um ano atrás. A Bia começou a ter aulas individuais de violino, 45 minutos por semana. O professor, um italiano muito engraçado, cativou-a facilmente. Como era muito pequena (ainda não tinha 7 anos) as aulas tinham uma vertente muito lúdica. Os exercícios eram feitos de modo a parecerem brincadeiras e assim conseguir prender-lhe a atenção. Quando ía levá-la ás aulas ela corria para o colo do professor. Quando a ía buscar encontrava-a muitas vezes ao colo dele. Isto começou a incomodar-me. Na verdade não existia o mais pequeno indicio de que algo de anormal de passasse mas eu não ficava descansada. Falei com a responsável pela Escola de Musica, que por acaso é da minha família. Foi muito franca. Conhecia o professor á alguns anos, tinha capacidades reconhecidas e nunca tinha ouvido nada que lhe incutisse suspeitas de qualquer ordem. No entanto sugeriu-me que ficasse a assistir ás aulas. Falei com o professor que achou muito boa ideia. Na sua opinião a minha presença talvez facilitasse a concentração. A partir desse momento as aulas começaram a render mais. Eu conseguia ajudá-la mais em casa pois relembrava-a das dicas do professor. Este ano lectivo o professor mudou e agora tem uma professora. Que ela também gosta mas com quem nunca brincou como fazia com o professor M. Continua a falar dele com muito carinho e sei que provavelmente as minhas inquietações eram infundadas. Mas no fundo ninguém conhece ninguém. E por melhores que sejam as referências curriculares de alguém isso nada nos diz sobre o intimo da pessoa.
Lembrei-me deste episódio ao ver esta petição: Petição Pelos direitos das crianças.

Porque concordo que algumas leis deveriam ser mais rígidas quando estão em causa crianças. Porque devemos poder confiar os nossos filhos aos profissionais que as têm a seu cargo. Sabendo que aqueles que já foram um dia condenados por algum tipo de abuso contra crianças não poderão voltar a trabalhar com estas ficaremos mais descansados.

A B. está agora mais crescida. Embora continue a adorar os elementos masculinos da nossa família sinto-a mais retraída. Mas não muito... Talvez o seu comportamento de deva ao facto de ser menina. Por adorar o pai. Por ser muito extrovertida. Deixei de me preocupar com isso. Talvez seja apenas a sua maneira de ser!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Notícias de segunda-feira

Na viagem a caminho do trabalho aproveito para ouvir as notícias da manhã. Sintonizo o rádio na TSF e espero que hoje as notícias sejam menos más que no dia anterior. Que, para variar, haja pelo menos uma noticia boa. Porque a apresentação de qualquer bloco noticiário não é: " E agora apresentamos as más noticias do país e do mundo". E no fundo deveria ser. Porque nunca, ou quase nunca, se dão boas notícias. E estas também devem existir. Assim restam-nos as desgraças que crescem por este país fora. No meio destas ouço:


Deveria ficar escandalizada? Pois, mas neste país esta é uma daquelas noticias que não causam admiração. O aproveitamento, ou tentativa, dos bens públicos é algo usual. Nas empresas publicas ou nos organismos locais. O desperdício, o faz e deita abaixo, o esbanjar dos dinheiros das autarquias é indisfarçável. Num meio pequeno como aquele em que vivo vê-se isso a cada esquina. Os amigos e familiares dos autarcas e funcionários de organismos públicos são favorecidos em detrimento de todos os outros. As cunhas são essenciais. Todos sabemos disso mas no fundo ninguém faz nada para evitar esta situação.

Da minha secretária observo quatro trabalhadores camarários. Limpam areia que restou do arranjo do passeio. Cada um tem uma vassoura. De cada vez que um começa a varrer ou outros param e observam. Dois a três minutos depois aquele pára para dar lugar a outro. E assim continuam. Não sei por quanto tempo pois não fiquei para saber. Fico revoltada, com vontade de ir lá e perguntar-lhes se não têm vergonha. Porque eu tenho. Vergonha de viver num país assim, de aproveitadores, preguiçosos, corruptos, cobardes. Que falam, falam, falam, ou escrevem, e não dizem nada!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Finalmente chegou!

E depois de longos meses de espera o Magalhães chegou finalmente.
Será isto uma boa notícia?

Saiu a correr do ATL e assim que chegámos a casa correu para o Magalhães. O pai já o tinha colocado á carga e estava pronto a ser utilizado.

Qual era a pressa em ligar o PC?

Ver qual o nível a que conseguia chegar do jogo xpto para poder dizer ás colegas!

Estou mesmo a ver que este bendito Magalhães ainda me vai dar muitas dores de cabeça!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Amigos

Na semana passada encontrei, por acaso, uma colega de trabalho que não via á vários anos. Conversamos pouco tempo mas o suficiente para sabermos os factos mais importantes que nos aconteceram entretanto. Depois de trocarmos números de telemóveis seguiu cada uma o seu caminho. Vim para casa a pensar na razão das pessoas se afastarem. Numa determinada altura das nossas vidas fomos amigas. Nunca muito chegadas mas o suficiente para conhecermos a família, a história de vida, os problemas que mais nos afligiam. Contudo, com a mudança de local de trabalho acabamos por nos afastar. Deixamos que a distância física se transforme em distancia afectiva. E não devia ser assim. Penso na quantidade de pessoas que já foram importantes para mim e que por qualquer razão acabei por perder o contacto. Algumas delas continuam a povoar o meu pensamento de vez em quando. São pessoas que me marcaram e de quem nunca me vou esquecer. No entanto não sei nada delas. Se casaram, separaram, têm filhos, são felizes...

Combinámos tomar café um dia destes. Pôr a conversa em dia. E quero mesmo cumprir isso porque gostei muito de a rever. De saber que está bem. É que amigos nunca são demais.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Foram quatro dias

que me pareceram algumas horas. Enquanto vou lendo por aí que estes dias foram óptimos para descansar eu sinto-me a precisar de fim-de-semana.
Foram quatro dias em que tratei do jardim, fiz limpezas a fundo na casa, cozinhei muito. Estou de rastos. Salva-me a sensação de dever cumprido.
No entanto foram quatro dias que acabaram em cheio. A segunda feira depois da Páscoa é tradicionalmente a Páscoa na minha aldeia. E ter a visita da família é tão bom. Adorei passar o dia assim, em família, no meu espaço. E se o simbolismo religioso da Páscoa cada vez me diz menos a oportunidade de juntar a família sobrepõe-se a tudo isso. Venham mais dias assim!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma Simples História de Amor

Começou por um olhar, um sorriso, um aperto de mão. Eu recém chegada a um local de trabalho diferente de tudo o que conhecia até aí. A timidez e insegurança de me encontrar num grupo de pessoas antigas na empresa, em que todos se conheciam e os grupos estavam formados faziam-me sentir ainda mais frágil. Ele integrado, á vontade dava-se a conhecer. Não o amei no primeiro dia, semana, mês. Primeiro admirei-o. A sua beleza cativou-me. A sua inteligência fascinou-me. A sua simplicidade desarmou-me. Dois meses passaram. Depois de uma ceia de Natal da empresa levou-me a casa. Antes mostrou-me a decoração de Natal da cidade. Uma noite fria, mas quente. Escura, mas luminosa. Longa, mas tão breve. Selou-se a noite com um beijo. Um apenas. Inesquecível.
A partir daqui houve avanços e recuos. As barreiras que se erguiam entre nós eram enormes. Eu com 19 anos, ele com 40. Eu livre de compromissos, ele divorciado e com dependentes a seu cargo. As pressões da minha família e amigos fizeram-se sentir fortemente. Aqueles que não eram claramente contra também não davam o seu apoio. Contudo os momentos em que estávamos juntos faziam esquecer tudo isso. A partilha dos mesmos valores, a forma como encarávamos a vida e as situações, a comunhão de ideias e ideais, no fundo o amor um pelo outro venceu. Não foi uma opção tomada de um dia para o outro. Foi pensada, reflectida. Um ano e seis meses depois do primeiro beijo casámos. A família esteve presente. Hoje, vencidas que foram a reservas iniciais, estimam-se. Arrisco até a dizer que se admiram uns aos outros.
Este Verão celebraremos onze anos de casamento, de vida partilhada em todos os aspectos. E ainda sentimos que tomámos a opção correcta. Ainda nos amamos como no inicio, ou mais. Porque agora é um amor maduro, que ultrapassou os obstáculos e venceu. Que deu frutos. O nascimento da nossa filha fortaleceu-nos ainda mais e, hoje, sabemos que ficaremos juntos para sempre e que nunca houve ou haverá, para nós, história de amor mais bela que esta.

À Ana C. tenho que agradecer por me ter desafiado a abrir o coração e revelar um pouco da minha vida.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Perguntas parvas!


- Posso adiar a páscoa 1 mês?

- Posso avariar o telefone e assim não ter que inventar desculpas para as entregas estarem atrasadas?

- Posso inventar que estou doente (stress é doença, não é?) e só voltar ao trabalho depois do dia 14?

- Posso dizer aos clientes que as urgências atendem-se no hospital e não aqui?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Rei fez anos!

E espero que ele se tenha sentido assim. Um rei muito mimado. A Bia acordou cedinho e foi chamar-me para prepararmos o pequeno almoço ao pai. Claro que ele, que já estava acordado, fez questão de se levantar. Ela, carinhosa, insistiu para ele dormir mais um bocadinho. Ele, compreensivo, concordou. Enquanto preparei o pequeno almoço ela fez-lhe um desenho. Em belo coração com um "amo-te" escrito bem no centro. Ao lado o desenho da família feliz. A mãe e o pai de mão dada e ela ao lado a sorrir. Depois do pequeno almoço tomado na cama (pelos três) seguiram-se cócegas, carinhos, beijos, e mil declarações de amor. O dia continuou assim. Os três juntos. A visita á tia, aos avós. Acabámos em casa. Uma pizza, uma fatia de bolo, uma taça de champanhe. Um dia simples, calmo e no entanto tão bem passado. Parabéns meu amor.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Utopia?

A notícia de destaque destes dias é a reunião do G20. Quem vai ou não vai, as manifestações, os resultados esperados. O bombardeamento de notícias sobre este tema está por todo o lado. Rádios, televisão, jornais e até blogues dão destaque ao evento. Parece que reside aí a solução para os problemas da nossa sociedade.
Aqui vi uma outra forma de encarar o mesmo assunto. Uma visão diferente daquela que nos querem passar.
As pequenas revoltas que sentimos acabarão por mudar este mundo injusto. Será isto uma utopia? Talvez, mas prefiro pensar que o Homem irá evoluir para uma sociedade mais justa. Prefiro pensar assim. Por mim, pelos meus. Por todos nós.