O que despertou a minha atenção foi o contraste de cores. Ela muito escura, negra. Cabelo curto com uma carapinha bem prenunciada. Ele com cabelos loiros e já bastante grisalhos. Pele e olhos claros.
Ela folheava um livro de registos de bebé. Ele olhava-a, como se olha para o amor maior da nossa vida. Com aquele olhar apaixonado de quem descobre o amor. Como que encantado.
Num segundo olhar chama-me a atenção a diferença de idades. Ele bem mais velho do que ela.
Eles apercebem-se da minha presença, ou melhor, da presença de um bebé ao meu colo. Ele pergunta-me se tive problema com as cólicas da minha menina. Diz-me que o bebé deles chora interruptamente das 2 às 4 horas da manhã. Que já não sabem o que fazer pois é o seu primeiro filho. Que tem sido muito difícil este primeiro mês.
Tento tranquilizá-los: a partir daqui costuma melhorar. É uma fase que custa, mas acaba por passar. E a verdade é que à segunda filha deixei de acreditar em milagres do género do Aero Om. Paciência, muita paciência costuma ajudar.
Desejo-lhes felicidades antes de sair. Gostei tanto de os ver. De sentir aquele amor tão grande. Ninguém adivinha o futuro e na verdade tantas diferenças poderão matar o sentimento. Ou não. Contudo "enquanto dura vida doçura".
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